Antidepresssivos

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Os antidepressivos

 

prozac
Stephen Chernin/Getty Images
Prozac é um dos
antidepressivos mais prescritos
Os antidepressivos foram desenvolvidos para bloquear vários aspectos do processo de transmissão sináptica nos neurônios que contêm serotonina, norepinefrina e dopamina no cérebro e, por isso, aumentam os níveis desses neurotransmissores. Com o aumento dos níveis dos neurotransmissores, o humor e as emoções devem se estabilizar e, talvez, voltar ao normal. Entretanto, como alguns desses neurotransmissores (como a norepinefrina) estão contidos nas vias neurais, em outras partes do cérebro e do sistema nervoso, alguns antidepressivos podem ter efeitos colaterais como mudança na pressão arterial (em inglês) e na produção de saliva. Além disso, como as vias envolvidas no TDM estão na parte inferior do cérebro e no tronco cerebral, os antidepressivos podem interferir em outras funções, como apetite, sono e função sexual.

Os antidepressivos são classificados de acordo com os neurotransmissores que afetam e a forma como afetam. Vamos analisar os diferentes tipos de antidepressivos.

Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
Os ISRSs, antidepressivos prescritos com mais freqüência, foram introduzidos em meados da década de 80. Os ISRSs bloqueiam o transporte da serotonina de volta à célula pré-sináptica. Essa ação aumenta a concentração de serotonina na fenda sináptica, elevando o estímulo das células pós-sinápticas. Os ISRSs incluem os seguintes medicamentos:

  • fluoxetina (ProzacTM)
  • paroxetina (PaxilTM)
  • sertralina (ZoloftTM)
  • fluvoxamina (LuvoxTM)
  • citalopram (CelexaTM)
  • escitalopram (LexaproTM)

Os diversos ISRSs são igualmente eficazes e tolerados pelos pacientes. Entretanto, ninguém reage da mesma forma, por isso, alguns pacientes podem sofrer mais efeitos colaterais com um tipo de ISRS do que com outro. A maioria dos antidepressivos é administrada mais de uma vez por dia. Mas a forma ativa da fluoxetina no corpo possui meia-vida longa (permanece por mais tempo) e, por esse motivo, os pacientes podem tomá-la uma vez por dia - minimizando a risco de esquecer uma dose. Em doses altas, a paroxetina e a sertralina interferirão na neurotransmissão da dopamina e da serotonina.

Para diminuir os efeitos colaterais que podem fazer com que o paciente interrompa o uso do medicamento, os médicos geralmente iniciam os ISRSs com doses baixas e, lentamente, aumentam até a dose desejada. Os efeitos colaterais incluem náusea (em inglês), tontura (em inglês), vertigem (em inglês), vômito (em inglês), insônia (em inglês), anorexia (em inglês), ansiedade (em inglês) e disfunção sexual.

Antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina
Os antidepressivos tricíclicos foram introduzidos no final da década de 50 e início da de 60. Como os ISRSs, esses compostos bloqueiam a recaptação da norepinefrina pela célula pré-sináptica, aumentando, assim, sua concentração na fenda sináptica. Os antidepressivos tricíclicos incluem:

  • nortriptilina (PamelorTM)
  • maprotilina (LudiomilTM)
  • desipramina (NorpramineTM)
  • amitriptilina (ElavilTM)
  • clomipramina (AnafranilTM)
  • imipramina (TofranilTM)

Os antidepressivos tricíclicos afetam os batimentos cardíacos e a pressão arterial, pois a norepinefrina também é um neurotransmissor utilizado pelo sistema nervoso autônomo que controla a pressão arterial e a freqüência cardíaca. Seus efeitos colaterais incluem hipotensão postural (pressão sangüínea abaixo do normal), taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), boca seca, retenção urinária e visão turva. Os antidepressivos tricíclicos não são usados com freqüência por apresentarem muitos efeitos colaterais. Entretanto, para os pacientes que não toleram os ISRSs ou outros antidepressivos, os tricíclicos são eficazes. Os médicos devem observar o paciente de perto para monitorar o aparecimento de efeitos colaterais graves.

Os antidepressivos tricíclicos são inibidores não-seletivos da recaptação de norepinefrina, pois suas estruturas químicas se assemelham à  norepinefrina. A reboxetina (EdronaxTM­) é um inibidor de recaptação mais específico, pois se fixa melhor no transportador da recaptação, mas não existe nos Estados Unidos.

Na próxima seção conheça mais alguns tipos de antidepressivos.

 

Mais alguns tipos de antidepressivos

Inibidores de recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN)
Esses medicamentos foram introduzidos em meados da década de 90 e bloqueiam a recaptação da serotonina e da norepinefrina ligando-se aos transportadores desses neurotransmissores na célula pré-sináptica. Os IRSNs incluem:

  • bupropiona (WellbutrinTM) - bloqueia a recaptação da dopamina e da norepinefrina
  • duloxetina (CymbaltaTM)
  • venlafaxina (EffexorTM)

Os efeitos colaterais desses medicamentos são semelhantes aos dos ISRSs, porém mais fracos. A bupropiona e a duloxetina, em particular, têm efeitos colaterais mínimos nas áreas de disfunção sexual e em relação a aumento de peso.

 

Inibidores da MAO

 

Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO)
Uma enzima chamada de monoamino-oxidase pode degradar a serotonina e a norepinefrina na fenda sináptica e na célula pré-sináptica. Os IMAOs bloqueiam essa degradação, aumentando a concentração dos neurotransmissores. As IMAOs incluem:

  • fenelzina (NardilTM)
  • tranilcipromina (ParnateTM)
  • selegilina (EldeprylTM)
  • isocarboxazid (MarplanTM)
  • moclobemida (ManerixTM)

Em virtude de esses medicamentos poderem interferir na norepinefrina, podem apresentar efeitos colaterais cardiovasculares. Mais freqüentemente, os pacientes devem limitar o consumo de alimentos que contêm tiramina, pois os medicamentos interagem com a tiramina para causar a crise hipertensiva (em inglês). A tiramina pode ser encontrada em alimentos como molho de soja, chucrute, fígado de galinha e de boi, queijo envelhecido, lingüiça, carne e peixe defumados, iogurte, uva-passa, figo e creme de leite. Os pacientes também devem evitar o consumo de álcool enquanto estiverem tomando esses antidepressivos. Devido a essas interações, os médicos não prescrevem essa classe de antidepressivos com tanta freqüência como outras.

Inibidores de recaptura/antagonistas da serotonina-2 (IRAS)
Alguns desses compostos foram introduzidos em meados da década de 80, e outros ainda mais recentemente. Os IRAS bloqueiam os efeitos negativos na secreção da norepinefrina e da serotonina pela célula pré-sináptica. Essa ação aumenta as concentrações desses neurotransmissores na fenda sináptica. Eles também bloqueiam alguns receptores de serotonina na célula pós-sináptica, o que melhora a neurotransmissão da serotonina. Esses compostos incluem:

  • mirtazipina (RemeronTM)
  • trazodona (DesyrelTM)
  • nefazodona (SerzoneTM)
  • mianserina (BolvidionTM)

Os efeitos colaterais mais comuns são sonolência, boca seca, aumento de apetite e de peso.

Lembre-se de que os antidepressivos disponíveis têm praticamente a mesma eficácia no tratamento do TDM. Então, as escolhas são feitas com base na idade do paciente, histórico familiar, tolerância ao medicamento, efeitos colaterais e respostas anteriores a antidepressivos.

Na próxima seção, veremos o papel dos antidepressivos no tratamento do  TDM.